O chefe da diplomacia francesa disse hoje que, se as acusações contra o Exército sírio forem confirmadas, deverá haver uma “reação de força” da comunidade internacional
As forças do regime de Bashar al-Assad renovaram esta quinta-feira os bombardeamentos intensos sobre os arredores de Damasco, controlados pelos opositores do regime de Bashar. Entre as zonas visadas, encontram-se os bairros de Muadamiya e Guta, onde na véspera a oposição síria denunciou um ataque com armas químicas que fez mais de 1300 mortos. Foguetes disparados de lançadores múltiplos e disparos de morteiros pesados atingiram os bairros de Jobar e Zamalka, localizados na periferia leste da capital.
Foguetes também atingiram o distrito vizinho de Qaboun, ao norte, onde os combatentes contrários ao regime de Bashar têm repelido tentativas por parte das forças leais ao presidente de tomar a área, e também áreas do campo de refugiados palestinos de Yarmouk, ao sul, acrescentaram os ativistas.
Aquele que poderá ser o mais mortífero ataque com armamento químico desde os anos 80 motivou uma reunião de urgência do Conselho de Segurança da ONU. No entanto, as objeções da Rússia e da China não permitiram um acordo para exigir formalmente à missão das Nações Unidas na Síria uma investigação das acusações. Depois do encontro, Maria Cristina Perceval – que assume pela Argentina a presidência rotativa do Conselho – sublinhou que “todos os membros concordaram que qualquer uso de armas químicas, por parte de qualquer dos lados [envolvidos no conflito] e sob quaisquer circunstâncias, constitui uma violação das leis internacionais”.
As Nações Unidas anunciaram que o chefe da missão de peritos na Síria abriu negociações com o regime para tentar investigar o incidente desta quarta-feira. A pressão internacional sobre o regime do presidente sírio Bashar al-Assad, que enfrenta há mais de dois anos uma sangrenta guerra civil, sobe. A França afirmou que, se for confirmado o ataque químico, a comunidade internacional deve responder com o “uso de força”.
A Turquia também pediu intervenção internacional, afirmando que o regime sírio “ultrapassou a linha vermelha”.
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