Governador de Massachusetts pediu minuto de silêncio em memória às vítimas
O pai dos irmãos Tsarnaev – principais suspeitos do que matou três pessoas e feriu mais de 170 na semana passada – insistiu nesta segunda-feira que os filhos são inocentes. Ele disse que ambos eram “bons muçulmanos” e desejavam voltar a morar na Rússia para ajudar os pais.
O irmão mais velho, Tamerlan, de 26 anos, foi morto na quinta-feira quando era perseguido pela polícia. “Ele visitou a Rússia em janeiro de 2012, e não queria partir. Disse que desejava se mudar para cá com a família”, afirmou Anzor Tsarnaev em entrevista ao jornal russoKomsomolskaia Pravda. Anzor diz que quer recuperar o corpo de Tamerlan para sepultá-lo na Rússia, mas explicou que não tem dinheiro.
De acordo com o pai, Tamerlan não tinha trabalho nos últimos meses e ficava em casa para cuidar do filho de três anos, enquanto a mulher trabalhava com atendimento a deficientes físicos. “Tamerlan se tornou muito religioso depois do casamento e ia à mesquita todas as sextas-feiras. Era um bom muçulmano, e não pode ter feito isso do que o acusam”, afirmou o pai.
Dzhokhar, o filho mais novo, de 19 anos, está ferido e foi detido na última sexta-feira, após 24 horas de perseguição. “Ele estudava em Cambridge e tinha grandes projetos: ser médico, abrir consultório e morar aqui”, afirmou Anzor. “Ele me dizia: ‘Pai, não se preocupe, vou terminar meus estudos, me mudar e ajudar vocês’. Agora falam de bombas e de atentados. Como é possível?”, questiona o pai.
Anzor considera as acusações contra os filhos de “ordem política”, “um espetáculo de Hollywood” organizado pelos serviços especiais americanos. Ele também disse que pretende viajar aos Estados Unidos, “se Deus quiser”, para apoiar Dzhokhar. “Durante os últimos dois anos, Tamerlan era vigiado permanentemente. Homens do FBI iam a sua casa, explicando que era para prevenir atentados. Eles só queriam criar uma armadilha para Tamerlan. E Dzhokhar estava no lugar errado no momento errado”, afirmou.
Minuto de silêncio – O governador de Massachusetts, Deval Patrick, pediu nesta segunda-feira à população que marque, com um minuto de silêncio, a hora em que, há uma semana, explodiram as bombas em Boston: 14h50 (15h50 de Brasília). No domingo, as autoridades municipais informaram que começariam a reabrir para o público a área que se transformou em uma gigantesca cena de crime.
O prefeito Thomas Menino indicou que o processo de reabertura gradual da área incluirá análise ambiental para detectar uma possível contaminação. No domingo, o chefe de polícia de Boston, Ed Davis, relatou que os irmãos Tsarnaev haviam acumulado armas e explosivos e que, provavelmente, planejavam outros ataques.
Durante a busca de suspeitos, cidade suspendeu atividades escolares e esportivas. Na sexta-feira passada, foram suspensas as atividades comerciais e profissionais enquanto milhares de policiais procuravam capturar os terroristas. Hoje, pela primeira vez em uma semana, os moradores de Boston voltavam ao trabalho e à escola, e o trânsito começou a se engarrafar nas vias principais.
Nesta segunda também é realizado o funeral de Krystle Campbell, funcionária de um restaurante, de 29 anos, morta por uma das explosões, e à noite haverá um ofício em memória de Lu Lingzi, uma estudante chinesa de 23 anos, que também morreu em consequência do atentado. Um monumento improvisado em memória das vítimas das bombas será realocado temporariamente ao parque Copley Square.
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Fonte:
(Com agências France-Presse e EFE)
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