BREVE INTRODUÇÃO AO ISLAM

O QUE É O  ISLAM?

Islam signinfica simplesmente “submissão”. Não é uma religião nova, ou um culto, ou uma seita, nem tem nada a ver com o terrorismo ou fanatismo que as pessoas associam a ele. O Islam é uma religião de paz, misericórdia e perdão. A história  do Islam é uma história de tolerância, solidariedade,  fraternidade e respeito  pelo ser humano, seja ele homem ou mulher.

QUEM SÃO OS MUÇULMANOS E NO QUE ELES ACREDITAM.

Os muçulmanos são os seguidores do Islam e submissos à vontade de Deus. Eles não são parte de um povo, ou raça, ou nação, pelo contrário, estão em todos os lugares do mundo e têem as mais diversas origens. Muito embora o Islam  esteja associado à cultura árabe, sabe-se que a grande maioria dos muçulmanos está na Ásia e apenas l8% são de origem árabe. Hoje existem muçulmanos na Europa,  nos Estados Unidos, no Canadá, na América do Sul, etc.

Os muçulmanos acreditam que Deus é Único e indivisível e que não se pode associar a Ele parceiros. Acreditam em todos os profetas cristãos e judeus, incluindo Adão, Noé, Abraão, Ismael, Isaac, Jacó, José,   Jó, Salomão, Elias, João Batista e Jesus (que a paz esteja com todos eles). Mas também reconhecem Mohammad, descendente direto de Abraão, como o último Profeta enviado por Deus. Sua missão foi profetizada na Bíblia. Os muçulmanos acreditam no Dia do Julgamento e que Jesus é o Messias e que voltará de novo. O Alcorão é o livro sagrado dos muçulmanos e contém muitas estórias que são comuns a judeus e cristãos. O Alcorão não foi escrito por um ser humano e sim revelado por Deus, através do anjo Gabriel, ao Profeta Mohammad, para ser divulgado para toda a humanidade como a mensagem final até o último dia.

ALLAH E DEUS TÊM O MESMO SIGNIFICADO?

Nós acreditamos em um único Deus e Allah é apenas um termo em árabe para designar Deus, da mesma forma que God, no inglês, Dieu, no francês, Dio, no italiano. No árabe, no entanto, esta  palavra é invariável, isto é, não se flexiona em gênero e em número.

O QUE OS MUÇULMANOS SÃO OBRIGADOS A FAZER OU A PRATICAR?

A prática do Islam envolve o que chamamos de “Os Cinco Pilares do ISLAM“, que são:

1º Pilar – A FÉ

Não há outro deus senão ALLAH e Mohammad é Seu  mensageiro. Esta declaração de fé é chamada de “shahada“, um frase que todo crente pronuncia. Em árabe, a primeira parte é “la ilaha illa’Allah” – não outro deus senão Allah, sendo que ilaha (deus) pode significar tudo aquilo que podemos ser tentados a colocar em lugar de Deus – riqueza, poder, etc. “Illa’Allah” – senão Allah, que é a fonte de toda a Criação. A segunda parte da “shahada” quer dizer que Mohammad é o mensageiro de Deus, um ser humano como outro qualquer, encarregado por Ele de trazer à humanidade a orientação divina.

2º Pilar – A ORAÇÃO

Salat é o nome para as preces obrigatórias que são feitas cinco vezes ao dia e que são uma ligação direta entre o crente e Deus. Não há autoridade hierárquica no Islam,ou seja, padres, pastores, etc. As preces são conduzidas por uma pessoa que conheça o Alcorão e geralmente escolhida pela congregação, entre os seus membros. Essas cinco preces contêm versículos do Alcorão e são ditas em árabe, o idioma da Revelação, mas a súplica pessoal, chamada du’ah pode ser feita no idioma do crente. As preces são feitas na madrugada, no meio do dia, no meio da tarde, no pôr do sol e à noite. Embora seja preferível as preces na mesquita, nada impede que o muçulmano reze em qualquer lugar, em casa, nos campos, nas fábricas, nas universidades, etc.

3º Pilar – ZAKAT

Um dos princípios mais importantes  do Islam é o de que todas as coisas pertencem a Deus e  que estão nas mãos dos muçulmanos em confiança. A palavra “zakat” significa “purificação” e “crescimento”. Nossas posses são purificadas ao apartarmos uma porção delas para os necessitados e, como a poda das plantas, este corte traz o equilíbrio e estimula o novo crescimento.

O cálculo do zakat é feito por todo muçulmano individualmente, seguindo regras estabelecidas na shariah. Além do zakat, o crente pode dar mais em caridade, e que o faça preferencialmente em segredo. O profeta disse: Encontrar seu irmão com um rosto alegre é caridade.”

O Profeta disse: A caridade é uma necessidade para todo o muçulmano.” Certa vez lhe perguntaram: “E se a pessoa não tiver nada para dar?” e ele respondeu: “Ela deve trabalhar com suas próprias mãos para seu próprio benefício e então dar alguma coisa desse ganho para a caridade.” Então, perguntaram-se: “E se a pessoa estiver impossibilitada de trabalhar?” e ele disse: “Ela deve ajudar os pobres e necessitados.” Aí, lhe perguntaram: “E se ela não puder fazer isso?” O Profeta  respondeu: “Ela deve estimular os outros a fazerem o bem.” E tornaram a lhe perguntar: “E se até isso ela não puder fazer?” Ele respondeu: “Ela deve evitar de praticar o mal. Isto também é caridade.”

4º  Pilar – O JEJUM

Todo ano, no mês do Ramadã, todos os muçulmanos jejuam desde o alvorecer até o pôr-do-sol, abstendo-se de comida, bebida e relações sexuais. Os que estiverem doentes, ou forem idosos, ou estiverem em viagem, as mulheres grávidas ou amamentando, têm a permissão de quebrar o jejum e compensar igual número de dias em outra época do ano. Se forem fisicamente incapacitados para o jejum, devem alimentar um necessitado para cada dia perdido. As crianças começam a jejuar (e a orar) a partir da puberdade, muito embora muitas delas comecem mais cedo.

Apesar de o jejum ser mais benéfico para a saúde, ele é visto principalmente como um método de autopurificação. Ao suprimir o conforto terreno, ainda que por pouco tempo, a pessoa que jejua vivencia a  fome por que passa o  necessitado, assim como fortalece seu espírito.

5º Pilar – A PEREGRINAÇÃO (hajj)

A peregrinação anual a Mecca, o Hajj,   é uma obrigação apenas para aqueles que estão capacitados física e financeiramente. No entanto, anualmente, cerca de dois milhões de pessoas vão a Mecca,   vindas de todas as partes do mundo, propiciando uma oportunidade única para   que muçulmanos  de diferentes  naçionalidades se encontrem. O Hajj anual   começa no 12º  mês do calendário islâmico (que é lunar, fazendo com que o Hajj e o Ramadã aconteçam algumas no verão e algumas vezes  no inverno). Os peregrinos vestem roupas especiais: peças simples  e iguais para todos, sem distinção de classe ou cultura, para que todos se coloquem iguais perante Deus.

Os rituais do Hajj, que remontam aos tempos de Abraão, incluem circundar a Caaba sete vezes e ir do monte de Safa até o monte de Marwa sete vezes, como fez Agar em sua busca por água. A seguir, os peregrinos ficam juntos na ampla planície de Arafat e pedem  o perdão de Deus, numa antecipação do Dia do Julgamento.

Há séculos atrás, o Hajj era uma empreitada árdua. Hoje, no entanto, a Arábia Saudita fornece água, transporte e as mais modernas vantagens para milhões de pessoas.

O término do Hajj é marcado por uma festa, o Id al-Adha, que é celebrada com preces e troca de presentes nas comunidades muçulmanas de todo o mundo. Esta festa e o Id al-Fitr, a festa que comemora o fim do Ramadã, são as duas mais importantes festas do calendário muçulmano.

COMO ALGUÉM SE TORNA MUÇULMANO?

Simplesmente dizendo “Não há outro deus senão Allah e Mohammad é o Mensageiro de Deus”,  ou em árabe, “la ilaha illa Allah Mohammad rasul Allah”. Com  esta declaração, o crente anuncia sua crença em Deus,  em todos os Seus   mensageiros  e nos livros que eles trouxeram, nos anjos, no Dia do Juízo Final e na Predestinação. 

Em resumo, isto é ser muçulmano. Portanto, ao se defrontar com vizinhos, estudantes, empregados, operários, amigos muçulmanos não os veja como alienígenas, ou terroristas, ou fanáticos. Somos pessoas comuns que praticamos nossa religião em toda sua essência e apenas queremos ser respeitados por nossas convicções religiosas. E o respeito por nossa religião passa pela permissão de orar nos horários estabelecidos, pela forma de vestir, de jejuar e interagir socialmente de acordo com nossa crença.


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