A mensagem do Islã também veio em apoio a todos os mensageiros anteriores de Deus (que a paz esteja sobre eles). Isso é parte do significado da afirmação de Deus: “Sabei que secundaremos Nossos mensageiros e os crentes, na vida terrena e no dia em que se declararem as testemunhas.” (Alcorão 40:51) Quando o profeta Muhammad foi enviado por Deus no coração da península Arábica – a fortaleza da idolatria e do paganismo – ele era um homem solitário se mantendo de pé de um lado, com toda a humanidade de pé do outro. Era um estranho cuja estranheza era total e absoluta.
A diferença entre a estranheza severa que ele enfrentava e a estranheza experimentada pelos Hanifs como Zayb ibn Amr ibn Nufayl e os que permaneceram do Povo do Livro, é que eles eram remanescentes do que havia antes. Eram como os últimos raios dourados de sol que aparecem nos topos das árvores e construções por alguns poucos momentos antes de desaparecerem de vez, antes do por sol.
O profeta Muhammad, por outro lado, começou como um estranho, mas era um presságio do grande bem que estava por vir e do sucesso que a verdade e o Islã viriam a ter. Era como os primeiros raios de sol que aparecem logo antes do nascer do sol, predizendo crescimento, vida, renovação e boas novas e que após alguns poucos momentos enchem o céu de luz.
Aqueles monoteístas que viveram durante a era da ignorância tinham se resignado com a maneira como as coisas eram e se desesperado de efetuar qualquer reforma. O máximo que qualquer um deles podia esperar fazer era se manter distante dos costumes, práticas e crenças dos tempos da ignorância e, possivelmente, mencionar alguns pontos de verdade a uma assembleia de pessoas ou, talvez, proteger de algum ferimento uma pessoa oprimida. Essa definitivamente não era uma prática comum deles, nem alimentavam em seus corações qualquer noção de se destacarem no meio de seu povo e chamá-lo ao monoteísmo.
Não podiam ser responsabilizados por isso. Qualquer um que estude a vida deles, suas circunstâncias e poesia, não pode deixar de sentir sua grandeza e tê-los na mais alta estima por sua probidade e disposição em buscar a verdade e segui-la, na época escura e ignorante na qual viveram. Eram pessoas que tinham a disposição de se libertar e rejeitar as normas e limitações de seu ambiente.
E que ambiente hostil era aquele. O profeta Muhammad indicou o quanto a corrupção era universal e absoluta naquele tempo, abrangendo todas as pessoas e todos os aspectos da vida, sem exceção. Iyad ibn Hammar al-Mujashii relata que o profeta Muhammad disse em um de seus sermões:
Verdadeiramente Deus olhou para os habitantes da Terra e desprezou-os, os árabes e os não-árabes, exceto por umas poucas pessoas que permaneceram como o verdadeiro Povo do Livro.[2]
Em face dessa ignorância universal, a reforma verdadeira exigia uma mensagem divina nova, uma missão nova e uma empreitada nova. Precisava de uma geração disposta a fazer sacrifícios para espalhar essa mensagem e a dedicação para promover o que acreditavam. Precisava de uma liderança única e extraordinária, possuidora de todas as qualidades necessárias e raras para empreender esse esforço.
Essa liderança veio na forma do profeta Muhammad, que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele, e seus companheiros que vieram depois dele. A geração deles não teve paralelos e foi moldada pela orientação e ensinamentos do mensageiro de Deus. O legado deles é nosso. Independente da dificuldade das nossas circunstâncias para chamar as pessoas para a verdade, temos o apoio da mensagem final de Deus, que Ele preservou para a humanidade
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