(ONU) aderiu à campanha para derrubar o veto ao hijab, véu islâmico, no futebol quatro dias antes de os cartolas do esporte se reunirem para revisar a decisão.
O assessor especial da secretaria geral da ONU para esportes para o desenvolvimento e a paz, Wilfried Lemke, escreveu ao presidente da Fifa, Joseph Blatter, manifestando seu apoio ao direito de usar um véu com uma abertura de velcro.
Com o véu islâmico, jogadoras do Irã celebram vitória contra a Síria, em 2007
Lemke expressou esperança de que “a questão seja resolvida de forma a respeitar tanto as leis do esporte como as considerações culturais, enquanto promove o futebol para todas as mulheres sem discriminação”, disse a ONU em comunicado.
“Isso enviaria a mensagem de que toda jogadora, do mais alto nível de elite até as bases, têm o direito de decidir se usa ou não essa peça em especial do vestuário enquanto estiver no campo.”
Iranianas em jogo contra a seleção da Jordânia (de branco), em 2005
“Isso daria a oportunidade para que extraordinárias atletas do sexo feminino demonstrem que o uso do véu não é um obstáculo para se distinguir na vida e nos esportes, e, portanto, contribuiria para contestar os estereótipos de gênero e trazer uma mudança nas mentalidades.”
Embora esportes olímpicos como o rúgbi e o taekwondo permitam que as mulheres muçulmanas usem o véu nas competições, o futebol opõe-se à medida por questões de segurança.
No ano passado, a seleção feminina de futebol do Irã foi impedida de jogar uma partida das eliminatórias para a Olimpíada de 2012 contra a Jordânia porque as jogadoras se recusaram a tirar seus hijabs.
O Irã, que liderou o grupo na primeira rodada das eliminatórias olímpicas sem perder nenhum um jogo, foi punido com derrota por 3 x 0 naquela partida, o que colocou fim ao sonho de ir para as Olimpíadas de Londres.
A decisão sobre a proibição será analisada pelo Conselho Internacional da Associação de Futebol, que vai se reunir na Inglaterra no próximo sábado.
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Fonte: Folha de São Paulo
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